"Limbo, Panto", Wild Beasts (2008)
Se todos os álbuns devem ser escutados com devida atenção, há casos em que isso pode ser mais determinante na apreciação final do que em outros. Limbo, Panto, disco de estreia dos ingleses Wild Beasts, parece-me ser claramente um deles. Uma escuta superficial rapidamente o poderá aniquilar, sobretudo porque a excentricidade do falsetto de Hayden Thorpe corre o risco de fazer sombra a um trabalho que tem muito mais substância do que essa simples forma de cantar. Aliás, um dos seus grandes méritos é precisamente o equilíbrio, ainda que o dramatismo instrumental e vocal seja uma das suas maiores forças caracterizadoras. Não só a banda teve o bom senso de alternar o intrigante timbre de Thorpe com a voz mais consensual - mas não menos interessante - do baixista Tom Fleming, como se intercalam momentos de quase teatralidade (ouça-se "The Club of Fathomless Love" ou "Woeboegone Wanderers") com outros mais terrenos, embora igualmente entusiasmantes ("The Devil's Crayon" ou "His Grinning Skull", por exemplo).
Muito bem orquestrado, rico em sublimes pormenores, Limbo, Panto é um produto cujo resultado final prima pela originalidade - o que, nos dias que correm, é desde logo motivo para destaque. Mas não é que se trate de uma sonoridade verdadeiramente inovadora, até pelo contrário. O seu segredo está precisamente na conjugação de elementos mais formais de uma pop dita barroca, ao estilo de um Rufus Wainwright, com outros momentos próximos da folk campestre de uns The Shins ou ainda do psicadelismo indie de uns Of Montreal - tudo muito bem carimbado com um marcado selo pessoal que torna esta primeira obra num disco admirável. Recomendadíssimo, embora desde já anteveja que não vai agradar à maioria. 17/20.
Muito bem orquestrado, rico em sublimes pormenores, Limbo, Panto é um produto cujo resultado final prima pela originalidade - o que, nos dias que correm, é desde logo motivo para destaque. Mas não é que se trate de uma sonoridade verdadeiramente inovadora, até pelo contrário. O seu segredo está precisamente na conjugação de elementos mais formais de uma pop dita barroca, ao estilo de um Rufus Wainwright, com outros momentos próximos da folk campestre de uns The Shins ou ainda do psicadelismo indie de uns Of Montreal - tudo muito bem carimbado com um marcado selo pessoal que torna esta primeira obra num disco admirável. Recomendadíssimo, embora desde já anteveja que não vai agradar à maioria. 17/20.
Limbo, Panto, dos Wild Beasts
Edição: 16 de Junho 2008 (Domino)
Faixas: Vigil For A Fuddy Duddy, The Club of Fathomless Love, The Devil's Crayon, Woeboegone Wanderers, The Old Dog, Please Sir, His Grinning Skull, She Purred While I Grrred, Brace Bulging Buoyant Clairvoyants, Cheerio Chaps Cheerio Goodbye
Myspace: myspace.com/wildbeasts
Youtube: Brace Bulging Buoyant Clairvoyants, The Devil's Crayon, Assembly
>> Sobre este tema noutros blogs: My Mother's Sleeping Pills, My Mind Is Not Right
Edição: 16 de Junho 2008 (Domino)
Faixas: Vigil For A Fuddy Duddy, The Club of Fathomless Love, The Devil's Crayon, Woeboegone Wanderers, The Old Dog, Please Sir, His Grinning Skull, She Purred While I Grrred, Brace Bulging Buoyant Clairvoyants, Cheerio Chaps Cheerio Goodbye
Myspace: myspace.com/wildbeasts
Youtube: Brace Bulging Buoyant Clairvoyants, The Devil's Crayon, Assembly
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2 comentários:
folk campestre dos the shins.... X) ...antes fosse
curso? relacionado com música?
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