CONCERTOS: Jonquil n'O Meu Mercedes
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Nem três meses separaram a gloriosa actuação dos dEUS em Paredes de Coura e este regresso a palcos nacionais. Na terça-feira passada, o Sá da Bandeira encheu para acolher Tom Barman e companhia, dois dias depois de cenário idêntico na Aula Magna, em Lisboa. E não há dúvida que estes belgas estão em grande forma. De resto, que os dEUS são uma grande banda já todos sabíamos; que têm um pequeno culto em terras lusas, onde já actuaram dezenas de vezes, também; que trazem no reportório algumas das canções que nos acompanham para todos os lados, idem aspas. Por isso mesmo, a "única" coisa que este concerto vem provar é que Vantage Point, editado em Abril, é um dos seus melhores álbuns, conseguindo mesmo a proeza de ser responsável por alguns dos pontos mais altos da noite, como "Slow", "The Architect" ou até "Smoker's Reflect".
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Hoje, n'O Meu Mercedes, às 23h00. A não perder.
>> Myspace - Jonquil.
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Se tivermos em conta o que se passa lá fora, os Pontos Negros são apenas mais uma banda com tiques de Strokes e Libertines. Já se nos fecharmos no nosso pequeno rectângulo, os Pontos Negros também não trazem nada de novo, mas o buzz que se tem gerado à sua volta começa a merecer algum destaque. Apareceram na altura certa, perante uma geração que conhece de tudo um pouco, mas que tem poucas referências próprias, agarrando-se a qualquer fenómeno do qual possa fazer parte. Ontem, no Maus Hábitos, no Porto, esse fenómeno foi perceptível. Dezenas de pessoas, sobretudo adolescentes, acorreram à chamada para ver (pouco, já que o palco, ou melhor, o estrado dos M.H. permite apenas que as primeiras almas da frente observem os músicos, ficando os restantes a ver movimentos de cabeças) e ouvir o quarteto de Queluz. Com o álbum de estreia Magnífico Material Inútil lançado este mês via Flor Caveira e um EP homónimo muito afamado entre os cibernautas, os Pontos Negros trazem ainda pouca bagagem, mas sabem estar ao vivo, são simpáticos e comunicativos e tocam razoavelmente bem. Têm um conjunto de canções engraçadas, algo parecidas umas com as outras, mas muito animadas, rock'n'rolleiras e bem escritas. A plateia dançou, cantarolou, mandou os seus bitaites e, sobretudo, foi notório que todos se divertiram durante pouco mais de 45 minutos. Mais parecia um concerto para amigos, tal a informalidade e a afectivade entre banda e público. A mim, pessoalmente, deixaram-me um bocado indiferente, mas ficou claro que era uma das poucas excepções. E ainda bem.
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Dois anos após o fabuloso Return To Cookie Mountain e de uma actuação inesquecível no Festival SBSR, o regresso dos TV On The Radio era por aqui aguardado com bastante afogo. Depois de escutado com a devida atenção, penso que Dear Science é um excelente álbum, diferente do que a banda nos tinha apresentado até hoje, portador de brilhantes momentos musicais, mas confesso que me soube a pouco. Ao contrário da maior parte do trabalho anterior dos TVOTR, pautado por uma grande dose de contenção e contemplação, Dear Science é um disco mais entusiástico e luminoso, onde se aposta em investidas funk, dominantes arranjos orquestrais, baterias aceleradas, sopros e metais festivos, sintetizadores indiscretos. No entanto, a meu ver, se por um lado se dá um passo em frente, por outro perde-se alguma consistência (consistência essa que era absolutamente inabalável em Return To...). As 6 primeiras canções são extraordinárias, sobretudo a sofisticada "Dancing Choose" e a belíssima "Family Tree", mas depois disso o álbum não surpreende tanto, sendo até "Red Dress" um número perfeitamente dispensável. A mestria dos TV On The Radio continua lá, mas trata-se de um disco menos conseguido que os seus antecessores. 16/20.
Há qualquer coisa de especial nos peixe : avião. Não é fácil dizer o quê, mas acho que tem a ver com o facto de, apesar de todas as influências e referências óbvias, haver algo de genuinamente português na música destes bracarenses. 40.02 é o título do álbum de estreia, editado em Setembro, depois da maquete de apresentação lançada no ano passado os ter catapultado para o topo das esperanças em bandas nacionais. E não desapontaram. Pode-se dizer que entre a maquete e o disco as diferenças não são muito avultadas - e talvez por isso 40.02 não cause tanto impacto... -, mas há um esforço, lógico e complexo, de aprimorar aquilo que já era um primor. Em 10 sólidos temas, apoiados sobretudo na tríade guitarra-baixo-bateria, mas recorrendo também a caixas de ritmos e algumas teclas, os peixe : avião criam uma atmosfera soturna, porém agradável, onde o rock é o veículo através do qual circulam uma série de sentimos. No entanto, nada disto faria sentido sem as extraordinárias letras de Ronaldo Fonseca, cuja voz, apesar de não ser especialmente potente, atinge um emocionante falsetto. Pode não ser propriamente inovador na forma, mas se lhe juntarmos o conteúdo, 40.02 é um dos melhores álbuns nacionais editados recentemente. 16/20.
Depois de audições continuas de "Crimewave" e "Knights" - a primeira, sobretudo, que conta com a participação dos HEALTH, é uma daquelas canções capazes de me elevar aos céus em três tempos -, esperava mais do álbum de estreia dos Crystal Castles. Salvaguardando o mérito de um som que se destaca pela originalidade, o duo canadiano acaba por se perder no meio de tantos temas (são 16), não se percebendo bem onde é que queriam chegar exactamente. Ora se aproximam do terreno da canção propriamente dita em temas evasivos com batidas simples adornadas com sintetizadores, samples e muita programação, ora desestruturam as formalidades musicais em deambulações próximas da experimentação em agressivas conjugações de sons agudos e fragmentados, recorrendo a vários efeitos sonoros tipo "tetris" e muitos berros e frases imperceptíveis à mistura. Apesar de alguns bons momentos e de uma sonoridade com muito estilo, o registo acaba por se repetir e prolongar em demasia. Não perdia rigorasamente nada se se retirasse pelo menos meia dúzia de faixas, sobretudo aquela última, "Tell Me What To Swallow", uma destoante balada acústica como que a preparar a ressaca depois do bombardeamento electrónico - quão cliché (mas excelente título, btw). 14/20.
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A Islândia está à beira da bancarrota, mas a princesa Björk resolveu gravar um tema para ajudar uma organização defensora da natureza no país do fogo e do gelo. Os media anunciaram com pompa e circunstância que "Nattura" teria a colaboração de Thom Yorke, mas a presença deste resume-se a uns murmúrios de fundo, sendo que o epicentro do tema está na fortíssima batida de Brian Chippendale, dos Lightning Bolt, que lhe confere uma grande densidade. Esta ambiência sombria é ainda reforçada pelos sintetizadores de Matthew Herbert e a electrónica do habitual Mark Bell. Impertinências à parte, trata-se de uma poderosa canção.
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Tomei conhecimento do projecto YACHT apenas o ano passado, através da compilação Worried Noodles, onde uma série de artistas indie deram corpo e voz às letras peculiares do artista plástico David Shrigley. "I Saw You" é o tema em questão e foi uma das canções que mais me ficou no ouvido. Mais tarde vim a saber que por detrás de YACHT está Jona Bechtolt, um prodígio das electrónicas nascido nos EUA há 28 anos atrás. Tem já cinco álbuns lançados em pequenas editoras independentes americanas, fez parte dos muito recomendáveis The Blow, tocou bateria em várias bandas, incluindo a de Devendra Banhart, e tem ainda um papel activo dentro do circuito artistico norte-americano. O ano passado saiu-lhe a sorte grande: pouco antes do lançamento de I Believe In You. Your Magic Is Real, o seu álbum mais recente, recebeu um convite para partir em digressão com os LCD Soundsystem (já partilhou também o palco com os Architecture In Helsinki, Dirty Projectors, Vampire Weekend ou High Places). YACHT é, agora, uma das novas apostas da DFA Records. O primeiro lançamento na editora de James Murphy e Tim Goldsworthy é o EP Summer Song, disponível via iTunes. Esperem-se electrónicas com influências tropicais, por vezes próximas da pista de dança mais convencional, outra vezes com excelentes divagações grunge e psicadélicas.
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10:34 da manhã
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Jay-Jay Johanson está de regresso. O seu novo álbum recebeu o nome de Self-Portrait - depois de um título fabuloso como The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known, este soa um pouco banal - e será lançado repartidamente em vários locais do globo a partir deste mês até Janeiro de 2009. Entretanto, Jay-Jay iniciou já uma pequena digressão pela Europa que o trará de volta a Portugal (dia 18 de Outubro, no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre) e onde se espera não só que apresente as novidades do LP, mas também alguns temas da banda sonora que compôs este ano para o filme La troisième Partie du Monde, de Eric Forestier, ainda sem data de lançamento definitiva.
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Já ninguém os livra do rótulo, sobretudo desde que a NME, que adora atirar as suas "descobertas" às feras, os colocou na capa com a tagline 'What new rave did next'. De facto, o que se passa aqui é uma grande festa, mas esta malta de Nottingham consegue alcançar um patamar muitíssimo mais interessante do que a maioria das outras simpáticas bandas da new rave. Produzido por Erol Alkan a.k.a DJ Arol - prolífero remisturador turco radicado em Londres que, recentemente, assinou a produção dos novos dos Mistery Jets e Long Blondes -, Fantasy Black Channel é, até ao momento, um dos discos mais criativos do ano. Aqui tudo é possível, a imaginação não conhece limites. Imprevisível, dramático, colorido, trata-se um trabalho de combinações improváveis, guitarras excêntricas, baterias aceleradas, electrónica tresloucada, sons esquizóides e letras estranhas. Conjugando de forma única uma série de géneros (synthpop, glamrock, electrotrash, etc.) e havendo certamente alguns pontos de contacto com outras bandas (Of Montreal, Shitdisco, We Are Wolves, Klaxons), os Late Of The Pier conseguiram criar um estilo muito próprio e que certamente vai continuar a dar que falar nos próximos tempos. 18/20.
Sobretudo se comparado com as esquizofrenias de Worst Case Scenario, o trabalho de estreia dos dEUS, editado em 1994, Vantage Point é um dos álbuns mais acessíveis destes belgas. O que não quer de todo dizer que seja um registo menor. Este é o resultado de um processo de amadurecimento da banda, que tem sabido crescer com a passagem do tempo e cuja sonoridade está cada vez mais consistente. Esperem-se, por isso, canções densas com batidas fortes e muito groove negro como "Oh Your God" ou "Is A Robot", mas também algumas baladas românticas como "Eternal Woman" ou "Smoker's Reflect". E é precisamente neste contraste entre temas mais corpulentos e poderosos e outros mais suaves e folkish que surge a verdadeira magia deste álbum. Vantage Point não é, contudo, um álbum imediato - vai-nos conquistando e envolvendo até nos deixar completamente rendidos. Resta dizer que, para os ouvidos mais atentos, há por aqui deliciosas surpresas: a voz inconfundível de Karin Dreijer Andersson, dos The Knife, em "Slow" e a de Guy Garvey, dos Elbow, em "The Vanishing Of Maria Schneider". 17/20.
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Há bandas que conseguem ir roubar sonoridades passadas e transformá-las em algo de completamente novo. Não é o caso dos Mary Onettes. E ainda bem que assim é. Estes suecos transportam-nos directamente e sem pieguices para as ambiências setentistas de uns Cure ou uns Joy Division, fazendo-nos recuar no tempo como se estivessemos a viver esses momentos pela primeira vez. Ontem, n'O Meu Mercedes, provaram não só que têm a lição muito bem estudada, mas também que se conseguem afirmar como banda com vida própria. Sob o olhar atento de uma sala pequena mas bem composta, os Mary Onettes percorreram quase todas as faixas do álbum de estreia homónimo e brindaram-nos ainda com algumas canções novas. Foi um óptimo concerto - curto, apesar dos dois encores, mas muito consistente, fluído e emotivo. Terminaram com "Pleasure Songs", cujo título é uma excelente descrição destes sons cinzentos com um suave aroma pop.
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"Cada vez mais os espectáculos de Madonna são pensados para promover e agigantar o mito criado à volta da sua figura. Sticky & Sweet vive única e exclusivamente disso. E funciona. Funciona do primeiro ao último momento. Madonna é imbatível em palco. Sabe que o é e não quer deixar de o ser mesmo, ou sobretudo, aos 50 anos. Assume o estatuto de rainha da pop e de superstar (é imponente a forma como se apresenta ao público sentada no trono que conquistou), mas não esquece que está ali para trabalhar. Mais profissional é impossível."
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Convém estar atento. A Optimus e outras empresas que se têm interessado pelo patrocínio de concertos têm dinheirinho suficiente para os promover como deve ser, mas há uma série de outras promotoras empenhadas em trazer cá os nomes de que se fala, embora a palavra não se espalhe de forma tão eficaz. Assim sendo, chamo a atenção para as seguintes actuações, cujas datas e locais se encontram na barra lateral à direita:
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Marcadores: Notícias
A pouco e pouco, as coisas começam a voltar ao seu normal funcionamento. Um dos sintomas disso mesmo é o regresso do Clubbing. E, como não há fome sem fartura, já foram anunciados os cartazes das duas próximas edições. Em Outubro, dia 31, vamos ter por cá a magnífica Róisín Murphy e Khan of Finland. Em Novembro, dia 14, sobem ao palco da Sala 2 os Cut Copy, que deram recentemente um fabuloso concerto no Sudoeste, e ainda os Boyz Noise. São todos muito bem vindos, sobretudo Miss Murphy, que escapou no Alive e de quem se espera um grande espectáculo.
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O Plano Alternativo vai estar esta 6ª FEIRA, DIA 12 DE SETEMBRO, a passar discos no 3º aniversário do ERA UMA VEZ NO PORTO..., que vai também abrir um novo espaço (bar), o Rés-Do-Chão. A partir das 23h30. Estão todos convidados.
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Apesar de ter passado praticamente despercebido, o ViMus - Festival Internacional de Vídeo Musical, 4 a 7 de Setembro, Póvoa do Varzim - já deu a conhecer os vídeos vencedores desta sua segunda edição. Não concordo especialmente com alguns dos vitoriosos, mas a lista poderá dar aso a uma interessante pesquisa no Youtube.
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O episódio de ontem de The L World, cuja 3ª temporada a RTP2 voltou a repor esta semana, trouxe consigo uma bela recordação: as Sleater-Kinney. A banda surge como convidada musical de Kit no The Planet, apresentando "Jumpers", do derradeiro The Woods (a cena pode ser vista aqui). Cerca de um ano depois, o trio feminino, quase sempre associado ao movimento riot grrrl, entrou em hiato aparentemente definitivo. Em baixo deixo o vídeo de "Get Up", excelente tema incluído no álbum The Hot Rock. Muito, muito bom. Boas, perdão.
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Eles chamam-lhe folk-electronic-gospel, eu chamo-lhe um conjunto de esplêndidas canções. Longe das revoluções técnicas e sonoras de My Life In Bush Of Ghosts, de 1981, Everything That Happens Will Happen Today marca o regresso da dupla Byrne & Eno e é, em toda a sua simplicidade, um álbum extraordinário. Como se já não houvesse provas suficientes disso, os dois senhores voltam a mostrar que, para além de serem uma referência incontornável da pop actual, continuam eles próprios a estar na vanguarda. Tal como, por exemplo, os Vampire Weekend, que têm aqui uma das suas principais influências, estas duas "cabeças falantes" conseguem soar a novo sem estarem propriamente a inovar.
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Parece um daqueles números cantarolados pelos senhores da Santa Casa da Mesericórdia, mas é a variação percentual da venda de discos de vinil em Portugal, relativamente ao ano passado. 54250%. Os singles aumentaram 1009%. As vendas digitais 35,19%. As ilegais não são contabilizadas, mas adivinha-se que os valores sejam também elevados. Os discos, pasme-se, caíram 17,32%. Mesmo sem os números absolutos, esta notícia mais não vem do que confirmar aquilo que já todos sabemos e que nem sequer é necessário repetir pela n-ésima vez.
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Depois do soberbo Return To Cookie Mountain, um dos melhores discos de 2006, os TV On The Radio regressam a 23 de Setembro com Dear Science. Entretanto, já se conhecem dois temas novos: "Golden Age", o primeiro single, e "Dancing Choose". Assim de repente, apetece-me dizer que são dois dos melhores nacos de música que por cá se escutaram este ano. Mas não entremos em possíveis exageros. Aquela matéria estranha de que são feitas as canções dos TV continua lá, mas as alterações são surpreendentes. Ora escutem lá.
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Marcadores: Notícias, Singles, TV On The Radio
Assim à primeira vista, o título do novo álbum dos Brazilian Girls, New York City, pode parecer uma escolha algo preguiçosa. Mas não é. De facto, a banda está sediada na Big Apple, mas as suas origens, tal como as suas influências, estão espalhadas um pouco por todo o mundo. Todos os seus elementos são originários de partes diferentes do globo (Sabina Sciubba, a vocalista, nasceu em Itália, filha de mãe italiana e pai alemão, viveu em França e na Áustria, tendo posteriormente assentado em Brooklyn; Didi Gutman, teclista, é argentino e Aaron Johnston americano), provêm de diferentes meios artísticos, da fotografia ao cinema, e as suas referências estilisticas vão do jazz à new wave, da bossanova à electrónica, do dub à pop. Assim sendo, só uma cidade como Nova Iorque poderia descrever tão bem a essência multicultural do grupo. Para além disso, foi em Manhattan que os Brazilian Girls, graças a uma residência semanal no Nublu, ganharam visibilidade e despertaram o interesse da Verve Forecast, a sua editora até hoje. Incluindo este, já gravaram três álbuns e três EPs e têm ganho uma crescente notoriedade internacional, não só devido ao ecletismo musical que lhes abre as portas a uma grande diversidade de públicos, mas sobretudo pela presença ao vivo da sensual e enigmática Sabina Sciubba, conhecida pela sua exoberância em palco.
New York City, dos Brazilian Girls
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Marcadores: Álbuns - Crítica, Brazilian Girls
É mais um dos muitos casos de filmes que não chegam sequer às salas de cinema nacionais, passando directamente para o mercado de DVD. Chama-se Once (em português, No Mesmo Tom) e esta semana tive oportunidade de o ver. Trata-se, muito resumidamente, de uma história de amores condicionados, passada na Irlanda, onde os protagonistas, dois cantautores oriundos de mundos muito diferentes, cujos nomes nunca chegamos a saber, se conhecem nas ruas de Dublin e, juntos, embarcam num delicioso e improvável processo de gravação de uma maquete. Na realidade, as duas personagens são interpretadas por Glen Hansard e Marketa Irglova, também eles músicos, sendo o primeiro líder dos The Frames, uma banda irlandesa cujo baixista é John Carney, ou seja, o realizador do filme. Não é que a música seja propriamente extraordinária, o argumento forte ou as filmagens exímias, mas é tudo tão sincero e genuino que rapidamente somos contagiados por este verdadeiro musical dos tempos modernos, onde são as canções que acabam por desvendar alguns mistérios da narrativa. O tema em baixo, "Falling Slowly", vencedor do Óscar para a melhor canção original, no ano passado, ganha uma nova vida depois de verem o filme. Se por acaso apanherem Once por aí... está mais do que recomendado.
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"Rock'n'roll needed something to rebel against. Whether that was a stifling '50s mainstream culture, a disastrous war in Vietnam or the record industry itself was immaterial. Without an evil, oppressive establishment, rebellion is just so much jerking off. The tension generated by creative artists working for inherently life-sapping monolithic corporate shitmongers informed the careers of some of the greatest musicians of the rock era: Neil Young, Tom Petty, Paul Westerberg, Kurt Cobain, Eddie Wedder."
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Numa decisão algo precipitada, o sossego das minhas férias foi interrompido para uma deslocação não programada ao Super Bock Surf Fest, em Sagres, no Algarve. Se não conhecem o local, deixem-me que vos diga que é possivelmente um dos sítios mais estúpidos para se realizar um festival em pleno Verão. Não só os acessos e o estacionamento são péssimos, como se trata de uma das mais ventosas (e frias) zonas do nosso querido país. Assim sendo, não só os corpos desnudos da rapaziada vinda da praia sofriam com as condições meteorológicas, como os próprios artistas se deparavam com um adversário inesperado. Adiante. A ideia principal era matar saudades dos Massive Attack, mas, devido ao preço convidativo e uma relativa proximidade do local onde me encontrava, lá se comprou bilhete para os dois dias. Aproveitei, então, para rever pela segunda vez este ano José González e assistir à festarola de Emir Kusturika e a No Smoking Orchestra. O resto, com o devido respeito, passa-me completamente ao lado.
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O Sudoeste é aquilo que toda a gente sabe: um grande encontro social para jovens onde os rapazes loiros e bronzeados tentam, através de uma mistura explosiva de álcool e drogas, seduzir as meninas esbeltas e bem torneadas, e vice-versa. A música é apenas a banda sonora para aventuras mais ousadas. Ainda assim, é sempre possível ver por lá alguns bons concertos. O ano passado, por exemplo, enquanto no palco principal se passeavam manus chaos e outros que tais, assistiu-se, com calma e espaço, na tenda secundária, a excelentes actuações de Patrick Wolf, Of Montreal, Noisettes, Camera Obscura, ...Trail Of Dead ou The National. Este ano os nomes que me prendiam a atenção eram mais escassos e, como tal, optei por uma deslocação estratégica nos dias 8 e 10 de Agosto.
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Ainda mal chegado de Paredes de Coura e já de partida para o Sudoeste. Desta vez, estarei pela Zambujeira apenas dia 8 e dia 10 de Agosto. Depois, seguem-se umas férias por tempo mais ou menos indeterminado um pouco mais abaixo daquela zona do país. A todos um grande abraço e até daqui a umas semanitas.
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Marcadores: Festivais, Tindersticks
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Marcadores: Festivais, Paredes de Coura
Em vésperas de rumar a Paredes de Coura, relativamente agradado com o cartaz e com boas expactativas para alguns concertos, despeço-me aqui até segunda-feira. Fiquem com esta grande canção.
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Marcadores: dEUS, Paredes de Coura
As "descobertas" recentes dos No Age e dos HEALTH têm-me levado a vaguear pelos meandros do circuito noise da prolífera cidade de Los Angeles. Entre os enúmeros projectos locais destaco um que me tem despertado especialmente o interesse: as Mika Miko. São 5 raparigas de LA, habituais do The Smell e que têm partilhado palcos com gente como Abe Vigoda, os Black Lips ou os já referidos No Age. Formaram-se em 2003, distribuiram uma série de EPs e CDRs, mas só em 2006 lançaram o seu primeiro longa-duração (que é mais um curta-duração, dados os seus escassos 20 minutos), C.Y.S.L.A.B.F. O ano passado editaram o EP 666 e a palavra começou a espalhar-se, sobretudo na internet, mas também pelas suas estrondosas - dizem - actuações ao vivo. Têm um punk peculiar, caótico, barulhento, catártico, mas simultaneamente alegre, divertido e colorido, onde por vezes é difícil distinguir cada uma das curtíssimas canções, que raramente ultrapassam o minuto e meio. Absolutamente recomendáveis, mas não aconselháveis a ouvidos sensíveis.
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Quando uma banda tem mais de 20 anos de existência e quase duas mãos cheias de álbuns editados, sendo que alguns deles acabaram por marcar gerações (o mais unânime será Screamadelica, os outros variam consoante os gostos), o lançamento de um novo trabalho acaba sempre por sofrer com as comparações. No entanto, apesar do resto, Beautiful Future, o nono LP dos Primal Scream é um excelente disco, daqueles que, mesmo não defenindo caminhos, se simpatiza de forma quase imediata. Depois da inconsequente divagação rock'n'roll de Riot City Blues (2006), Beautiful Future é-nos apresentado como uma incursão pop do grupo escocês - para tal terá contribuído a trupe sueca reunida pelo produtor principal, Björn Yttling, e ainda as participações mediáticas já habituais nos seus álbuns (neste caso, Lovefoxxx, Linda Thompson e Josh Homme). Assim sendo, o álbum não defrauda as expectativas, sendo um belo conjunto de canções com um forte sentido melódico, destacando-se das anteriores sonoridades da banda, mas reunindo em si alguns elementos vintage, tais como a alma rock e um certo negrume electrónico. Com excepção de "Zombie Man" e "Necro Hex Blues" - temas algo deslocados e dispensáveis - estão aqui incluídas faixas que com certeza marcarão a carreira dos Primal Scream, como "Beautiful Future", "Can't Go Back", "The Glory Of Love" e "I Love To Hurt (You Love To Be Hurt)". 16/20.
Um pouco como os Primal Scream com Screamadelica, Tricky terá sempre de assistir ao confronto de cada novo álbum com Maxinquaye. Knowle West Boy, apesar de consideravelmente diferente, poderá agradar aos mais entusiastas do seu marcante debute de 1995. Mas, mais do que isso, e será essa a sua maior relevância, Knowle West Boy é um regresso aos bons discos, depois de um período de 9 anos marcado por um esquecível Blowback (2001) e um tenebroso Vulnerable (2003). Tricky volta, aqui, às suas origens em Bristol, ao seu bairro de Knowle West, o "ghetto branco", como gosta de dizer, onde viveu e cresceu. As primeiras seis canções, sobretudo a tríade "Veronika", "C'mon Baby" e "Council Estate" não só são um alívio, como são também alguns dos melhores pedaços de música desde a época de ouro de Tricky Kid: os cornos que tem dentro da sua cabeça crescem uma vez mais, depois de adormecidos, e o génio negro torna a fazer das suas, construindo e desconstruindo melodias como só ele sabe, estilhançando guitarras, endiabrando baterias, soltando vozes. A segunda parte do disco não é tão contorbada como se quer, mas a fasquia continua alta e "Cross To Bear", por exemplo, é um dos mais belos momentos do álbum; já a cover de "Slow", de Kylie Minogue, poderia muito bem ter ficado na gaveta, tal como as mais vulneráveis "Far Away" e "School Gates". Que continue assim, mas mais enlouquecido, de preferência. 15/20.
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João
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