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Já ninguém os livra do rótulo, sobretudo desde que a NME, que adora atirar as suas "descobertas" às feras, os colocou na capa com a tagline 'What new rave did next'. De facto, o que se passa aqui é uma grande festa, mas esta malta de Nottingham consegue alcançar um patamar muitíssimo mais interessante do que a maioria das outras simpáticas bandas da new rave. Produzido por Erol Alkan a.k.a DJ Arol - prolífero remisturador turco radicado em Londres que, recentemente, assinou a produção dos novos dos Mistery Jets e Long Blondes -,
Fantasy Black Channel é, até ao momento, um dos discos mais criativos do ano. Aqui tudo é possível, a imaginação não conhece limites. Imprevisível, dramático, colorido, trata-se um trabalho de combinações improváveis, guitarras excêntricas, baterias aceleradas, electrónica tresloucada, sons esquizóides e letras estranhas. Conjugando de forma única uma série de géneros (synthpop, glamrock, electrotrash, etc.) e havendo certamente alguns pontos de contacto com outras bandas (Of Montreal, Shitdisco, We Are Wolves, Klaxons), os
Late Of The Pier conseguiram criar um estilo muito próprio e que certamente vai continuar a dar que falar nos próximos tempos.
18/20.
>> "Fantasy Black Channel", dos Late Of The Pier (Parlophone - 2008)
>> Myspace - Late Of The Pier
Sobretudo se comparado com as esquizofrenias de
Worst Case Scenario, o trabalho de estreia dos
dEUS, editado em 1994,
Vantage Point é um dos álbuns mais acessíveis destes belgas. O que não quer de todo dizer que seja um registo menor. Este é o resultado de um processo de amadurecimento da banda, que tem sabido crescer com a passagem do tempo e cuja sonoridade está cada vez mais consistente. Esperem-se, por isso, canções densas com batidas fortes e muito groove negro como "Oh Your God" ou "Is A Robot", mas também algumas baladas românticas como "Eternal Woman" ou "Smoker's Reflect". E é precisamente neste contraste entre temas mais corpulentos e poderosos e outros mais suaves e folkish que surge a verdadeira magia deste álbum.
Vantage Point não é, contudo, um álbum imediato - vai-nos conquistando e envolvendo até nos deixar completamente rendidos. Resta dizer que, para os ouvidos mais atentos, há por aqui deliciosas surpresas: a voz inconfundível de Karin Dreijer Andersson, dos The Knife, em "Slow" e a de Guy Garvey, dos Elbow, em "The Vanishing Of Maria Schneider".
17/20.
>> "Vantage Point", dEUS (V2 - 2008)
>> Myspace - dEUS
5 comentários:
os dEUS nao sao belgas?
LOL são. já tinha actualizado o post antes de ler o comentário, mas obrigado na mesma :)
Dois dos bons discos do ano, concordo, embora não tenha ficado tão arrebatado. E se os dEUS passaram e vão voltar cá este ano, os putos ingleses podiam seguir-lhes o exemplo.
O clubbing parece-me uma bela ideia :)
Óptima, desde que passem por Lisboa também :P
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