"Beat Pyramid", These New Puritans (2008)
Começo com uma espécie de declaração de interesses. Tenho uma certa simpatia por esta onda de bandas que retomam o espírito da new rave, nomeadamente pelas Cansei de Ser Sexy, os New Young Pony Club ou até por MIA e outros que tais. Os These New Puritans não se enquadram exactamente nestes moldes, no entanto, já faz algum sentido aproximá-los de uma outra vertente deste estilo, influenciada sobretudo pelo negrume pós-punk dos anos oitenta, que de há uns anos para cá tem vindo a emergir, sobretudo na Grã-Bertanha - falo, claro está, de nomes como os Bloc Party, os Klaxons, os Maximo Park ou, mais recentemente, os Does It Offend You, Yeah? e por aí em diante. Apoiados, talvez demasiado apoiados, pelos media ingleses, estes grupos sofrem evidentemente deste excesso de exposição que os torna em verdadeiros hypes desmedidos. E, claro está, se há quem goste de criar hypes, há também quem adore desfazê-los. A música, às vezes, pouco importa. No entanto, álbuns como Silent Alarm ou Myths Of The Near Future deram-me um grande prazer na audição da altura - apesar de um certo enjôo subsequente.
E é precisamente a emoção que eu sentia ao ouvir esses discos que penso que escapa completamente a este Beat Pyramid. Composto por 16 canções, não ultrapassa, contudo, os 35 minutos de duração. Ninguém diria. Alternando as canções propriamente ditas com uma série de interlúdios - alguns a rondar os 10 segundos - o álbum parece prolongar-se por uma eternidade de confusos jogos de bateria, guitarra e sintetizador. Começa, tal como termina, abruptamente, com os tais interlúdios, compostos por sons dispersos, desintegrados. Lá pelo meio, há outros momentos assim, como "4" ou "H". Acredito que haja ali muita arte, mas, convenhamos, a coisa não resulta. Aliás, quase nada me parece fazer sentido neste álbum. Na tríade inicial "Numerology aka Numbers" - "Colours" - "Swords of Truth" o ambiente até que se compõe (as influências dos Bloc Party e dos Klaxons são aqui evidentes), mas depois disto ora se repetem as ideias iniciais ("C. 16th ±"), ora se entram nalguns confusos delírios negros, pincelados com um noise manhoso que fazem o álbum perder todo o interesse ("En Papier", "Infinity Ytinifni"). Não fosse a excelente "Elvis" e a certa altura já estariamos em Marte. Mas rapidamente se volta ao mesmo: "Mkk3" e "Costume" parecem ter sido retiradas com um pinça dos momentos mais desinspirados dos She Wants Revenge e dos Interpol, respectivamente.
Assim sendo, este "Beat Pyramid" foi para mim uma grande desilusão. Estava à espera do vigor electrónico aliado às descargas rock das bandas britânicas actuais que referi e, sim, saiu-me uma banda que em alguns momentos se debruça para esses lados - sem nunca os superar, é certo - mas, azar, saiu-me também uma banda que me parece, no mínimo, algo desorientada. Pode ser que se safem em palco no próximo dia 30 de Maio, no Clubbing, para o qual já tenho bilhete, mas é certo que de ínicio vão ter ali um espectador de nariz torcido. 12/20.
E é precisamente a emoção que eu sentia ao ouvir esses discos que penso que escapa completamente a este Beat Pyramid. Composto por 16 canções, não ultrapassa, contudo, os 35 minutos de duração. Ninguém diria. Alternando as canções propriamente ditas com uma série de interlúdios - alguns a rondar os 10 segundos - o álbum parece prolongar-se por uma eternidade de confusos jogos de bateria, guitarra e sintetizador. Começa, tal como termina, abruptamente, com os tais interlúdios, compostos por sons dispersos, desintegrados. Lá pelo meio, há outros momentos assim, como "4" ou "H". Acredito que haja ali muita arte, mas, convenhamos, a coisa não resulta. Aliás, quase nada me parece fazer sentido neste álbum. Na tríade inicial "Numerology aka Numbers" - "Colours" - "Swords of Truth" o ambiente até que se compõe (as influências dos Bloc Party e dos Klaxons são aqui evidentes), mas depois disto ora se repetem as ideias iniciais ("C. 16th ±"), ora se entram nalguns confusos delírios negros, pincelados com um noise manhoso que fazem o álbum perder todo o interesse ("En Papier", "Infinity Ytinifni"). Não fosse a excelente "Elvis" e a certa altura já estariamos em Marte. Mas rapidamente se volta ao mesmo: "Mkk3" e "Costume" parecem ter sido retiradas com um pinça dos momentos mais desinspirados dos She Wants Revenge e dos Interpol, respectivamente.
Assim sendo, este "Beat Pyramid" foi para mim uma grande desilusão. Estava à espera do vigor electrónico aliado às descargas rock das bandas britânicas actuais que referi e, sim, saiu-me uma banda que em alguns momentos se debruça para esses lados - sem nunca os superar, é certo - mas, azar, saiu-me também uma banda que me parece, no mínimo, algo desorientada. Pode ser que se safem em palco no próximo dia 30 de Maio, no Clubbing, para o qual já tenho bilhete, mas é certo que de ínicio vão ter ali um espectador de nariz torcido. 12/20.
Beat Pyramid, dos These New Puritans
Edição: 21 de Janeiro 2008 (Domino)
Faixas: ...Ce I Will Say This Voice, Numerology AKA Numbers, Colours, Swords Of Truth, Dopperlganger, C. 16th ±, En Papier, Infinity Ytinifni, Elvis, £4, Navigate-Colours, H., Costume, I Will Say This Twi...
Website: thesenewpuritans.com
Myspace: myspace.com/thesenewpuritans
Youtube: Elvis, Swords Of Truth
Edição: 21 de Janeiro 2008 (Domino)
Faixas: ...Ce I Will Say This Voice, Numerology AKA Numbers, Colours, Swords Of Truth, Dopperlganger, C. 16th ±, En Papier, Infinity Ytinifni, Elvis, £4, Navigate-Colours, H., Costume, I Will Say This Twi...
Website: thesenewpuritans.com
Myspace: myspace.com/thesenewpuritans
Youtube: Elvis, Swords Of Truth
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