DOIS EM UM
Quando uma banda tem mais de 20 anos de existência e quase duas mãos cheias de álbuns editados, sendo que alguns deles acabaram por marcar gerações (o mais unânime será Screamadelica, os outros variam consoante os gostos), o lançamento de um novo trabalho acaba sempre por sofrer com as comparações. No entanto, apesar do resto, Beautiful Future, o nono LP dos Primal Scream é um excelente disco, daqueles que, mesmo não defenindo caminhos, se simpatiza de forma quase imediata. Depois da inconsequente divagação rock'n'roll de Riot City Blues (2006), Beautiful Future é-nos apresentado como uma incursão pop do grupo escocês - para tal terá contribuído a trupe sueca reunida pelo produtor principal, Björn Yttling, e ainda as participações mediáticas já habituais nos seus álbuns (neste caso, Lovefoxxx, Linda Thompson e Josh Homme). Assim sendo, o álbum não defrauda as expectativas, sendo um belo conjunto de canções com um forte sentido melódico, destacando-se das anteriores sonoridades da banda, mas reunindo em si alguns elementos vintage, tais como a alma rock e um certo negrume electrónico. Com excepção de "Zombie Man" e "Necro Hex Blues" - temas algo deslocados e dispensáveis - estão aqui incluídas faixas que com certeza marcarão a carreira dos Primal Scream, como "Beautiful Future", "Can't Go Back", "The Glory Of Love" e "I Love To Hurt (You Love To Be Hurt)". 16/20.
>> "Beautiful Future", Primal Scream (B-unique - 2008)
>> Myspace - Primal Scream
Um pouco como os Primal Scream com Screamadelica, Tricky terá sempre de assistir ao confronto de cada novo álbum com Maxinquaye. Knowle West Boy, apesar de consideravelmente diferente, poderá agradar aos mais entusiastas do seu marcante debute de 1995. Mas, mais do que isso, e será essa a sua maior relevância, Knowle West Boy é um regresso aos bons discos, depois de um período de 9 anos marcado por um esquecível Blowback (2001) e um tenebroso Vulnerable (2003). Tricky volta, aqui, às suas origens em Bristol, ao seu bairro de Knowle West, o "ghetto branco", como gosta de dizer, onde viveu e cresceu. As primeiras seis canções, sobretudo a tríade "Veronika", "C'mon Baby" e "Council Estate" não só são um alívio, como são também alguns dos melhores pedaços de música desde a época de ouro de Tricky Kid: os cornos que tem dentro da sua cabeça crescem uma vez mais, depois de adormecidos, e o génio negro torna a fazer das suas, construindo e desconstruindo melodias como só ele sabe, estilhançando guitarras, endiabrando baterias, soltando vozes. A segunda parte do disco não é tão contorbada como se quer, mas a fasquia continua alta e "Cross To Bear", por exemplo, é um dos mais belos momentos do álbum; já a cover de "Slow", de Kylie Minogue, poderia muito bem ter ficado na gaveta, tal como as mais vulneráveis "Far Away" e "School Gates". Que continue assim, mas mais enlouquecido, de preferência. 15/20.
>> "Knowle West Boy", Tricky (Domino - 2008)
>> Myspace - Tricky
>> "Beautiful Future", Primal Scream (B-unique - 2008)
>> Myspace - Primal Scream
Um pouco como os Primal Scream com Screamadelica, Tricky terá sempre de assistir ao confronto de cada novo álbum com Maxinquaye. Knowle West Boy, apesar de consideravelmente diferente, poderá agradar aos mais entusiastas do seu marcante debute de 1995. Mas, mais do que isso, e será essa a sua maior relevância, Knowle West Boy é um regresso aos bons discos, depois de um período de 9 anos marcado por um esquecível Blowback (2001) e um tenebroso Vulnerable (2003). Tricky volta, aqui, às suas origens em Bristol, ao seu bairro de Knowle West, o "ghetto branco", como gosta de dizer, onde viveu e cresceu. As primeiras seis canções, sobretudo a tríade "Veronika", "C'mon Baby" e "Council Estate" não só são um alívio, como são também alguns dos melhores pedaços de música desde a época de ouro de Tricky Kid: os cornos que tem dentro da sua cabeça crescem uma vez mais, depois de adormecidos, e o génio negro torna a fazer das suas, construindo e desconstruindo melodias como só ele sabe, estilhançando guitarras, endiabrando baterias, soltando vozes. A segunda parte do disco não é tão contorbada como se quer, mas a fasquia continua alta e "Cross To Bear", por exemplo, é um dos mais belos momentos do álbum; já a cover de "Slow", de Kylie Minogue, poderia muito bem ter ficado na gaveta, tal como as mais vulneráveis "Far Away" e "School Gates". Que continue assim, mas mais enlouquecido, de preferência. 15/20.
>> "Knowle West Boy", Tricky (Domino - 2008)
>> Myspace - Tricky
8 comentários:
Olá!
Antes de mais, desculpa pela forma de contacto (normalmente o convite é feito através de myspace), mas não encontrei aqui outra forma de contactar que não esta.
Recentemente, criámos uma nova secção no nosso blog (http://palamber.blogspot.com) chamada "dancefloor". O objectivo é convidar alguns nomes seleccionados por nós, para elaborarem uma lista de 12 temas à sua escolha.
Depois de Nuno Coelho, Fabulosa Marquise, Fritus Potatoes Suicide e Teaser Club terem já tido "tempo de antena", resolvemos estender o convite a mais algumas pessoas - e agora com destaque para bloggers.
O que pedimos é simples: uma lista de 12 temas.
Agradecemos, desde já, a atenção e esperamos uma resposta positiva em breve...
Saudações e continuação de um óptimo trabalho com o blog!
Sim senhor, vou pensar na lista e depois passo pelo vosso blog. Abraço e obrigado pelo convite.
Dois regressos em grande, ou a confirmação da velha máxima "quem sabe nunca esquece" :)
Abraço
Fiquei muito contente com estes regressos à boa forma, sobretudo com o Tricky, que andava perdido há muito tempo. Mas, como disses-te muito bem, quem sabe nunca esquece. Só às vezes :))
Comecei a ouvir o álbum dos Primal Scream ontem e tenho gostado bastante do que tenho ouvido. Acho "Suicide Bomb" uma excelente canção..espetacular!
Já rsp ao comentário que deixaste no meu tasco.:)
Um Abrc
Ambos aceitáveis, com algumas boas canções, mas que nada acrescentam às respectivas discografias. Acho que não vão marcar o meu ano (que anda fraquito, não?).
acho que nao é, de todo, pelo menos até agora, um ano excepcional para a música... mas têm-se ouvido aí umas coisitas muito boas. Destaco os No Age, o Bon Iver, os Foals, os Pete & The Pirates, os Wild Beasts e os Clinic, entre outros.
Não sei se este disco indica um Beautiful Future para os Primal Scream.
Mas ainda estou a consumi-lo...
Abraço
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