CONCERTOS: The Kills na Casa da Música
Este é um daqueles momentos pelo qual penso que qualquer pessoa que ande por estes coisas da blogosfera já passou - a sensação de que qualquer coisa que se escreva sobre uma experiência vivida não descreverá, nem de perto nem de longe, aquilo que na altura se sentiu. O concerto dos The Kills na Casa da Música foi há umas horas atrás e a única frase que faz algum sentido na minha cabeça é: que grande concerto! Foi a primeira vez que os vi ao vivo e devo dizer que tudo aquilo que se diz sobre as suas actuações é totalmente verdade: a tensão, os olhares, o toque, a paixão, a sedução. Tudo isso e mais alguma coisa que não sei bem o que é, mas que passa por um estado físico muito intenso, está lá, em doses contidas, mas está lá. Com duas guitarras apenas e uma caixa de ritmos responsável por todas as batidas que se ouvem na sala, Alison Mosshart e Jamie Hince deram cerca de uma hora e meia de concerto que mais do que provou que esta é uma das mais estimulantes bandas que por aí anda. Não sou nada bom com alinhamentos, mas posso dizer que o concerto começou com "URA Fever" e, a partir daí, fomos invadidos por um conjunto de canções que pareciam ter sido feitas à medida para tocar ali, naquele momento, naquela pequena sala. O destaque foi para o novo álbum, Midnight Boom e, por isso mesmo, o concerto teve um interessante toque dançável. "Cheap And Cheerful", claro, foi uma das mais entoadas, tal como "Tape Song" e "Last Day Of Magic", que se revelaram outros dois pontos altos. "Goodnight Bad Morning", inevitavelmente, fechou o concerto antes do encore. De No Now retomaram-se as magníficas "The Good Ones" e "No Now". As recordações de "Wait" e "Fried My Little Brains", de Keep Your Mean Side foram também recebidas com muitas palmas entusiasmadas (sobretudo a segunda). No curto encore, de apenas duas músicas, abriram com a estonteante "Love Is A Deserter" e fecharam com outra que sinceramente não consegui identificar, mas que terminou o concerto de forma esmagadora com um solo de guitarra de Jamie Hince que culminou em catarse total. Com o Clubbing completamente esgotado (não havia um único bilhete à venda desde há algumas semanas, nem mesmo para os bares), os The Kills, sem serem especialmente comunicativos com o público, já que a constante interacção entre os dois é um dos elementos chave do espectáculo, cumpriram todas as expectativas e deixaram-me completamente rendido (embora tenha ficado com a sensação de que nem todos na plateia tenham partilhado desta opinião). E pronto, não disse nada daquilo que queria, por isso aconselho vivamente a que, se não foram à CdM, não hesitem em ir vê-los para a próxima.
Quanto aos The Whip, cumpriram, sem deslumbrar, e mostraram-se atá mais eficazes ao vivo do que no desiquilibrado álbum de estreia, X Mark Destination. Ainda assim, fizeram algumas pessoas pular com "Trash", que encerrou a actuação.
Quanto aos The Whip, cumpriram, sem deslumbrar, e mostraram-se atá mais eficazes ao vivo do que no desiquilibrado álbum de estreia, X Mark Destination. Ainda assim, fizeram algumas pessoas pular com "Trash", que encerrou a actuação.
2 comentários:
Que pena ter perdido isso, espero que passem por Lisboa este ano.
A VV no final do concerto pareceu-me que disse "See you next summer", mas um amigo meu diz que percebeu "see you next time". Até que não calhava mal um festival de verão, mas acho que os prefiro ver neste registo mais intimista.
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