terça-feira, 29 de abril de 2008

Os últimos e os primeiros

Enquanto por aqui se vai escutando o muitíssimo agradável The Age Of The Understatement, dos The Last Shadow Puppets, vale a pena relembrar aquela que é notória e assumidamente a maior referência do projecto de Alex Turner e Miles Kane: Scott Walker (e os extintos Walker Brothers), aqui numa versão de "Jackie" de Jacques Brel - artista que, aliás, Scott deu a conhecer ao público americano na década de 60 através de uma série de canções originais do artista belga (falecido em 1978) reinterpretadas na televisão e que foram reunidas numa compilação chamada Scott Walker Sings Jacques Brel, de 1981, re-editada em 1995 pela Polygram. A qualidade não é a melhor, mas ressalva-se o essencial.
"Jackie", Scott Walker
Scott Walker Sings Jacques Brel (1981)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Aqui há gato

Este homem é grande, muito grande. E por isso até é de estranhar que ele tenha um disco novo e quase nem se dê por nada... Chama-se Back To The Cat, é o oitavo álbum de Barry Adamson em quase vinte anos de carreira a solo (para além disso, entre outros, Adamson é um ex-membro dos Magazine e dos Bad Seeds "de" Nick Cave) e o sucessor de um magnífico tesouro de dimensões cinematográficas editado em 2006, Stranger On The Sofa.

"Spend A Little Time", Barry Adamson
Back To The Cat (2008)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Un regalo

Os The Breeders voltaram este ano aos discos, depois de, em 2002, quando tudo fazia crer que o projecto estava arrumado, terem regressado com uma nova formação (da anterior restou apenas Kim Deal, dos Pixies, à qual se juntou a sua irmã Kelley, um baixista e um baterista) e um álbum de originais, Title TK. Agora, seis anos passados, Mountain Battles, o quarto LP desde 1988, editado em Março, via 4AD, vem mostrar que os Breeders estão tão activos e iluminados como sempre. Lá pelo meio, há uma faixa que não pode deixar de ser notada. Chama-se "Regalame Esta Noche" e não só tem um tempero latino, como é cantada na língua de Cervantes. Não é o melhor momento do álbum, mas agrada-me bastante. Acredito que a opinião não seja unânime.
"Regalame Esta Noche", The Breeders
Mountain Battles (2008)

Havia de ser sempre assim

Vale a pena dar uma vista de olhos à nova campanha da CD-GO de discos editados pela 4AD, Matador, XL, Beggars e Too Pure. Quase tudo a 7,95€. Havia de ser sempre assim. Mas não é.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

TRÊS EM UM

Primeiro os Vampire Weekend, depois os Hercules And Love Affair, agora os MGMT. Nenhuma das novas bandas que ouvi até agora desta nova fornada vinda de Brooklyn me desiludiu. E talvez até tenham sido os MGMT que mais me surpreenderam. No entanto, comecei por nem ligar grande coisa a Oracular Spectacular. Nas primeiras escutas, achei aquilo tudo muito bonito, sim, interessante, sim, mas não houve propriamente um click imediato, como tinha acontecido com os Vampire Weekend e H&LA, que foram verdadeiros amores à primeira vista. Com o passar do tempo e o aumento das audições, tudo aquilo começou a fazer sentido para mim. Contrariamente ao que tenho lido, não me parece que este seja um álbum fácil e "comercial". Parece-me precisamente o oposto. Um disco arriscado, que combina diversos tipos de estilos, fazendo invulgar uso de referências do rock e da folk de décadas passadas e uma electrónica que, sem nunca se sobrepor aos restantes instrumentos, convive com estes de forma harmoniosa. "Weekend Wars", "Kids" ou "4th Dimensional Transition" são excelentes exemplos da diversificação sonora do álbum, ainda que me pareçam fazer todo o sentido juntos. Refrescante parece-me ser um bom termo, ainda que redutor, para caracterizar o álbum. Brilhante seria outro. 18/20.
>> "Oracular Spectacular", MGMT (Columbia - 2008)
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MGMT - Myspace

Acredito que os Elbow, apesar de já terem uma considerável dimensão no Reino Unido, mais tarde ou mais cedo explodirão para o mundo (tal como, por exemplo, os Blonde Redhead explodiram no ano passado). Já deram provas seguras de fazerem uma pop cuidada e acutilante, cheia de boas influências (Guy Garvey, o líder da banda, afirmou há uns meses que os Elbow não poderiam existir sem os Radiohead) e um travezinho britânico muito saboroso. Mas provavelmente não será com este The Seldom Seen Kid, o quarto álbum de originais, que isso vai acontecer. Não quer isto dizer que este seja um registo menor (pelo contrário), mas, de facto, este novo álbum, editado em Março passado, não é de consumo imediato. Mais próximo da sonoridade de bandas de trave mais acústico e orquestral, como os Divine Comedy e, claro, dos Radiohead da fase incial de Pablo Honey ou The Bends, este é um disco intimista, recheado de belíssimos temas e uma escrita madura e inteligente. Lá mais para o fim, perde um pouco da subtileza inicial, mas o balanço final é claramente positivo. Destaque para o fortíssimo primeiro single "Grounds For Divorce" e o charme emanado em "Audience With The Pope". 16/20.
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"The Seldom Seen Kid", Elbow (V2 - 2008)
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Myspace - Elbow

O álbum de estreia de Duffy é um bom exemplo de como, por vezes, uma excelente voz não chega para fazer um excelente álbum. A rapariga tem umas cordas vocais do outro mundo (e de outro tempo), não há a menor dúvida sobre isso, mas é preciso mais alguma coisa para se construir um disco e que não passe somente pela nostalgia de uma voz fenomenal. Esse "mais alguma coisa" que, por exemplo, Amy Winehouse conseguiu em Back To Black. Rockferry, apesar de alguns belos temas, nunca chega a superar o brilhantismo do single que anda nas bocas e nos ouvidos do mundo, "Mercy". Esperava-se, portanto, mais de Bernard Butler, ex-Suede, que assina a produção do trabalho (e que este ano também não convenceu totalmente na ajuda que deu aos Sons & Daughters em This Gift). Mas, ainda assim, não se perca de vista este maravilhoso timbre soul... 13/20.
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"Rockferry", Duffy (Mercury - 2008)
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Duffy - Myspace

terça-feira, 15 de abril de 2008

"Antidotes", Foals (2008)

Antidotes, como qualquer primeiro álbum de uma banda em que se aposta tudo, terá (já está a ter) a difícil tarefa de lidar com as diferentes expectativas que se criaram em volta dos Foals nestes últimos tempos. Aqueles que estavam à espera de uma continuação das festividades dançantes de temas como "Hummer" (que, tal como "Mathletics", não está, nem poderia estar, no alinhamento final) ficarão inevitavelmente desiludidos com o disco, pois o quinteto inglês está mais preocupado em explorar e desenvolver a sua sonoridade do que propriamente em entreter. E ainda bem. É que se já todos sabiamos que os Foals têm a fórmula certa para animar as hostes, restava saber se por detrás de tanta festa havia lugar para algo mais, para um estilo próprio que justificasse tanto alarido. E há, sem dúvida. E esse estilo está muito mais próximo do prog de uns Battles do que de qualquer onda new-ravista que por aí ande (aliás, algumas comparações que têm sido feitas são absolutamente despropositadas). Os Foals estão mais perto de serem engenheiros do que bobos da corte. Com surpreendente agilidade instrumental, mergulham-nos numa alucinante viagem de cerca de 45 minutos ao seu mundo muito peculiar, recorrendo a percussão, sobretudo bateria, sopros metálicos aqui e ali, e uma dose contida de sintetizadores. No entanto, são as guitarras eléctricas de Yannis Philippakis (também vocalista) que dominam toda esta interessante mutação do rock. "É suposto elas soarem como insectos. Como uma nuvem de insectos que forma estranhas harmonias", segundo Philippakis. E é verdade - se o resto dos instrumentos confere aos Foals um sólido bloco sonoro, são as guitarras que dão ao álbum uma dinâmica muito especial, como finos raios de luz que se formam em todos os sentidos e direcções num imenso espaço negro. Geometrizado, mas não simétrico, Antidotes é um álbum rigoroso e bastante uniforme, ainda que, sem nunca se sair de um determinado estilo, haja lugar para temas mais uptempo ("Cassius", "Two Steps, Twice"), outros mais contemplativos ("Heavy Water", "Big Big Love") ou deambulações instrumentais ("Like Swimming"), sem que nunca se perca o interesse e o vigor. Foals, not fools, portanto. 18/20.

Antidotes, dos Foals
Edição: 14 de Abril 2008 (Sub Pop/Atlantic)
Alinhamento: The French Open, Cassius, Red Socks Pugie, Olympic Airways, Electric Bloom, Balloons, Heavy Water, Two Steps Twice, Big Big Love (Fig 2), Like Swimming, Tron
Website: wearefoals.com
MySpace: myspace.com/foals
Youtube: Cassius, Balloons

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Parabéns atrasados

Hoje é dia 14 de Abril. Foi há quase uma semana (dia 8) que os Micro Audio Waves venceram um dos mais importantes prémios do Qwartz Electronic Music Awards (que, apesar de recentes, pelo que percebi, até têm alguma relevância no meio especializado da música electrónica) e, até hoje, a notícia parece ter passado totalmente ao lado de todos os meios de comunicação social em Portugal - foi preciso passar por um blogue aqui do lado para saber dela. Uma única notícia sobre o assunto é o resultado da minha pesquisa no Google News. Curiosamente, essa mesma notícia (do Disco Digital) tem um erro de palmatória. É que os MAW venceram na categoria de "Melhor Canção" com o tema "Longue Tongue" e não com "Down By Flow", conforme é noticiado. Bela divulgação. Parabéns os MAW pelo prémio, sem dúvida merecido, já que "Longue Tongue" é, de facto, uma belíssima canção.

domingo, 13 de abril de 2008

CONCERTOS: The Kills na Casa da Música

Este é um daqueles momentos pelo qual penso que qualquer pessoa que ande por estes coisas da blogosfera já passou - a sensação de que qualquer coisa que se escreva sobre uma experiência vivida não descreverá, nem de perto nem de longe, aquilo que na altura se sentiu. O concerto dos The Kills na Casa da Música foi há umas horas atrás e a única frase que faz algum sentido na minha cabeça é: que grande concerto! Foi a primeira vez que os vi ao vivo e devo dizer que tudo aquilo que se diz sobre as suas actuações é totalmente verdade: a tensão, os olhares, o toque, a paixão, a sedução. Tudo isso e mais alguma coisa que não sei bem o que é, mas que passa por um estado físico muito intenso, está lá, em doses contidas, mas está lá. Com duas guitarras apenas e uma caixa de ritmos responsável por todas as batidas que se ouvem na sala, Alison Mosshart e Jamie Hince deram cerca de uma hora e meia de concerto que mais do que provou que esta é uma das mais estimulantes bandas que por aí anda. Não sou nada bom com alinhamentos, mas posso dizer que o concerto começou com "URA Fever" e, a partir daí, fomos invadidos por um conjunto de canções que pareciam ter sido feitas à medida para tocar ali, naquele momento, naquela pequena sala. O destaque foi para o novo álbum, Midnight Boom e, por isso mesmo, o concerto teve um interessante toque dançável. "Cheap And Cheerful", claro, foi uma das mais entoadas, tal como "Tape Song" e "Last Day Of Magic", que se revelaram outros dois pontos altos. "Goodnight Bad Morning", inevitavelmente, fechou o concerto antes do encore. De No Now retomaram-se as magníficas "The Good Ones" e "No Now". As recordações de "Wait" e "Fried My Little Brains", de Keep Your Mean Side foram também recebidas com muitas palmas entusiasmadas (sobretudo a segunda). No curto encore, de apenas duas músicas, abriram com a estonteante "Love Is A Deserter" e fecharam com outra que sinceramente não consegui identificar, mas que terminou o concerto de forma esmagadora com um solo de guitarra de Jamie Hince que culminou em catarse total. Com o Clubbing completamente esgotado (não havia um único bilhete à venda desde há algumas semanas, nem mesmo para os bares), os The Kills, sem serem especialmente comunicativos com o público, já que a constante interacção entre os dois é um dos elementos chave do espectáculo, cumpriram todas as expectativas e deixaram-me completamente rendido (embora tenha ficado com a sensação de que nem todos na plateia tenham partilhado desta opinião). E pronto, não disse nada daquilo que queria, por isso aconselho vivamente a que, se não foram à CdM, não hesitem em ir vê-los para a próxima.

Quanto aos The Whip, cumpriram, sem deslumbrar, e mostraram-se atá mais eficazes ao vivo do que no desiquilibrado álbum de estreia, X Mark Destination. Ainda assim, fizeram algumas pessoas pular com "Trash", que encerrou a actuação.

sábado, 12 de abril de 2008

The good ones

Durante esta semana, para além da estreia em disco dos Foals e de Duffy, peguei numa compilação de 2006 que, vá-se lá saber porquê, me passou completamente ao lado na altura. Chama-se Monsieur Gainsbourg Revisited e é um magnífico disco de tributo a Serge Gainsbourg que conta com covers cantadas em inglês de temas do cantor francês, falecido em 1991, por artistas como Franz Ferdinand, Cat Power, Portishead, The Rakes, Tricky ou Michael Stipe. Mas como hoje é dia de Clubbing e, em particular, de The Kills na Casa da Música deixo aqui a faixa que o duo-maravilha reinterpretou para este álbum, "I Call It Art" (que, no original, se chama "Le Chanson de Slogan").
"I Call It Art", The Kills
Monsieur Gainsbourg Revisited (2006)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A verdade da mentira

Já provavelmente todos a conhecem, mas vale a pena ler com atenção a letra de "Time To Pretend", a faixa de abertura (e primeiro single) de Oracular Spectacular, a auspiciosa estreia discográfica dos MGMT. Penso que era exactamente isto que todos aqueles que tentaram escrever sobre a vida de uma rockstar queriam dizer e não conseguiram. E estes tipos alcançaram o feito... fingindo, precisamente. É que quando Andrew VanWyngarden (voz e guitarra) escreveu os versos desta canção e Ben Goldwasser (teclas) a compôs ambos tinham acabado de entrar para o primeiro ano da faculdade, longe de imaginarem que eles próprios se tornariam nas estrelas que faziam de conta ser. Hoje, eles cantam a verdade que outrora foi mentira. E essa é a grande ironia de "Time To Pretend".

I'm feeling rough, I'm feeling raw, I'm in the prime of my life
Let's make some music, make some money, find some models for wives
I'll move to Paris, shoot some heroin and fuck with the stars
You man the island and the cocaine and the elegant cars

This is our decision to live fast and die young
We've got the vision, now let's have some fun
Yeah, it's overwhelming but what else can we do
Get jobs in offices and wake up for the morning commute?

Forget about our mothers and our friends
We were fated to pretend
To pretend
We were fated to pretend
To pretend

I'll miss the playgrounds and the animals and digging up worms
I'll miss the comfort of my mother and the weight of the world
I'll miss my sister, miss my father, miss my dog and my home
Yeah, I'll miss the boredom and the freedom and the time spent alone

But there is really nothing, nothing we can do
Love must be forgotten, life can always start up anew
The models will have children, we'll get a divorce
We'll find some more models, everything must run its course

We'll choke on our vomit and that will be the end
We were fated to pretend
To pretend
We were fated to pretend
To pretend

I said yeah, yeah, yeah
All right yeah, yeah, yeah
I said yeah, yeah, yeah
Ah yeah, yeah, yeah


"Time To Pretend" (Ao Vivo no Later With Jools Holland)
MGMT

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Little boxes on the hillside...

Está quase! É já no próximo dia 14 de Abril, segunda-feira, às 22h40, que a RTP2 vai começar a exibir a 3ª Temporada de Weeds, que não é mais do que a melhor série de televisão que anda por aí desde há algum tempo. A partir de agora o que se quer é que o fim-de-semana passe depressa.
"Litte Boxes", The Shins (Cover de Melvina Reynolds)
Intro de Weeds (T3, E6)

Saltos de alegria

O álbum pode não ser grande coisa, este pode não ser o melhor tema dos Goldfrapp, mas o vídeo realizado por Dougal Wilson para "Happiness", o 2º single a sair de Seventh Tree, é uma verdadeira delícia. Vale a pena ver, sobretudo agora que a chuva voltou e estamos todos a precisar de alguns raios de sol.
"Happiness", Goldfrapp
Seventh Tree (2008)

terça-feira, 8 de abril de 2008

A última encomenda

Na semana passada, uma vez que não há ainda data de lançamento para Portugal, encomendei, via HMV, a aguardada estreia discográfica dos Foals, Antidotes. Confesso que foi com alguma emoção que hoje abri a caixa do correio e lá estava um pequeno quadrado de cartão com o meu nome e morada inscrito. No entanto, o meu sorriso esbateu-se depois de aberto o invólucro. Sem qualquer tipo de almofadagem, como é costume nestas coisas, o álbum nem sequer estava plastificado. Conclusão: caixa riscada em vários sítios e o pequeno aro redondo que segura o CD totalmente partido, o que fez com o dito estivesse solto e à sua mercê lá por dentro. Já não é a primeira vez que isto me acontece. E é algo que me irrita profundamente, pois se há coisa com que eu sou piegas é com os meus discos. Não sei se a culpa é da HMV (embora ache que o álbum não estava suficientemente protegido), do pessoal dos aviões ou dos CTT. Mas sei que provavelmente da próxima vez, se ainda não tiver sido cá editado, bem que me vou deixar destas manias de querer ter o prazer de ouvir certos álbuns pela primeira vez em suporte físico. Menos uns troquitos para a editora, a distribuidora e a transportadora.

Em relação há música em si, ainda nem sequer pus o disco a girar, mas estou com as expectativas bem elevadas, devido a coisas como esta:

"Balloons", Foals
Antidotes
(2008)

domingo, 6 de abril de 2008

Clubbing a dobrar em Maio

Maio não vai ter um, mas dois Clubbing. Um no dia 3, outro no dia 30 (os programas completos podem ser consultados aqui). E cada um melhor que o outro. O primeiro terá o nome pesado e sonante dos alemães Einstürzende Neubauten, já o segundo, em colaboração com o festival espanhol Primavera Sounds, contará, para além dos recém unificados Young Marble Giants, com algumas das mais excitantes e mediatizadas bandas da actualidade: Vampire Weekend, These New Puritans e Lightspeed Champion. Mui bien!
"Stella Maris", Einstürzende Neubauten & Meret Becker
Ende Neu (1996)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Rotações semanais

Depois dos Vampire Weekend e de Hercules And Love Affair mais um projecto vindo de Brooklyn começa a ser rodado aqui por casa: o LP de estreia dos MGMT, Oracular Spectacular (impressões iniciais bem positivas). O novo dos ELBOW, The Seldom Seen Kid, também terá direito a primeiras escutas esta semana, depois do apetite estar mais do que aguçado com o single de apresentação "Grounds For Divorce". Tempo ainda para recordar um disco extroardinário de 2006, Death Of The Party, dos alemães KUDU - pop electrónica escurinha e sensual como se quer. Em baixo fica a sugestão do vídeo realizado para a faixa "Bar Star". E já agora: para quando um álbum novo?
"Bar Star", Kudu
Death Of The Party (2008)

terça-feira, 1 de abril de 2008

"Midnight Boom", The Kills (2008)

Depois do punk cinzento e minimal de No Now (2005), eis que os THE KILLS dão um ligeiro retoque de cosmética na sua sonoridade e pintam este Midnight Boom com cores bem mais vivas e quentes do que as anteriores. Mas se muitas vezes estas mudanças trazem consigo uma certa artificialidade, os Kills conseguiram preservar intactos os seus traços identitários, sobretudo aquele rock aguerrido e carnal que faz de "VV" e "Hotel" uma das mais estimulantes duplas da actualidade. No entanto, as maiores surpresas esgotam-se logo nas duas primeiras faixas (e dois primeiros singles), "URA Fever" e "Cheap And Cheerful", que são, de facto, as grandes "inovações" deste curtíssimo álbum (não chega sequer aos 34 minutos de duração) - o primeiro revela uma interessante incursão por géneros próximos do trip-hop e o segundo é um irresistível momento ravista que quase parece um cântico de cheerleading. Os restantes temas são magníficos, mas acabam por se orientar todos mais ou menos pela mesma linha (é evidente a influência Yeah Yeah Yeahs), não surpreendendo propriamente, apesar da nova conjugação dos escassos instrumentos do costume (voz, guitarra e caixa de ritmos) que dá origem a um ambiente mais dançável e fluído. Não significa isto, porém, que Midnight Boom não seja um excelente álbum. Mais do que isso. É um álbum marcante (e altamente viviante) - será, com certeza, um daqueles que, no final do ano, quando olharmos para trás, nos vamos recordar imediatamente. 16/20.

Midnight Boom, dos The Kills
Edição: 10 de Março 2008 (Domino)
Faixas: URA Fever, Cheap And Cheerful, Tape Song, Getting Down, Last Day Of Magic, Hook And Line, Black Balloon, M.E.X.I.C.O.C.U., Sour Cherry, Alphabet Pony, What New York Use To Be, Goodnight Bad Morning.
Website: thekills.tv
Myspace: myspace.com/thekills
YouTube: URA Fever, Cheap And Cheerful