
Provavelmente por distracção confesso que desconhecia por completo o trabalho dos
Umpletrue até, ontem, ter chegado a contacto directo com esta promissora banda da Marinha Grande na sala de espectáculos dos
Maus Hábitos, aqui no Porto. E se, no início do concerto, ignorei as potencialidades daquele pequeno
laptot e de algumas outras maquinarias que se encontravam em palco, parecendo-me que a sonoridade se inclinaria para aquele rock de garagem sujo e barulhento, cheio de boa vontade, mas que raramente trás algo de novo, à segunda ou terceira canção apercebi-me do quanto estava enganado. Os
Umpletrue, sim, servem-se da guitarra e da bateria para dar alma às suas angústias, mas é na junção destes instrumentos fundamentais com avançados elementos de electrónica que conseguem arrebatar qualquer ser que deles se aproxime. O ambiente algo decadente dos
Maus Hábitos, com vista privilegiada sobre a baixa cinzenta do Porto, que, há noite, parece ser habitada pelos seus próprios fantasmas, foi o palco ideal para esta espécie de
pop/rock electrónico, urbano e experimental, repleto de formas e texturas e que, apesar de desiludido com o mundo se serve dos seus desencantos para sobreviver. Destaco os temas
Night Club Dance e
New York, que podem ser ouvidos no
myspace da banda. Resta dizer que os
Umpletrue foram "descobertos" por Adolfo Lúxuria Canibal no
Let's Share Cultures Festival, em Budapeste [ver vídeo em baixo], que os convidou a assinar contracto com a editora dos
Mão Morta, a Cobra Discos. No mês passado, depois de dois EPs, lançaram o seu primeiro disco,
Fab Fight. Já está encomendado.
Sem comentários:
Enviar um comentário